quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

Os sofrimentos do jovem Werther - Johann Wolgang Goethe

Este livro é uma das obras de Goethe, uma das figuras mais importantes da literatura alemã e do romantismo europeu.
O livro consiste em uma série de cartas que o jovem Werther envia a seu amigo Wilhelm. Werther era apaixonado pela doce Lotte, o protagonista sofria por amá-la e não poder tê-la. Lotte era noiva de Albert, mas às vezes ela dá a impressão que também ama Werther, mas parece tentar esconder isso de si mesma. Werther vai vê-la todos os dias e vai ficando cada vez mais amargurado com a situação até que desiste da vida e suicida-se ao fim do romance

Esse livro foi um dos melhores que eu li até hoje, então separei alguns trechos para postar no blog.


22 de maio - "A vida humana não passa de um sonho. Mais de uma pessoa já pensou isso. Pois essa impressão
também me acompanha por toda parte. Quando vejo os estreitos limites onde se acham encerradas
as faculdades ativas e investigadoras do homem, e como todo o nosso labor visa apenas a satisfazer
nossas necessidades, as quais, por sua vez, não tem outro objetivo senão prolongar nossa
mesquinha existencia; quando verifico que o nosso espírito só pode encontrar tranqüilidade, quanto
a certos pontos das nossas pesquisas, por meio de uma resignação povoada de sonhos, como um
presidiário que adornasse de figuras multicoloridas e luminosas perspectivas as paredes da sua
célula ... tudo isso, Wahlheim, me faz emudecer. Concentro-me e encontro um mundo em mim
mesmo! Mas, também aí, é um mundo de pressentimentos e desejos obscuros e não de imagens
nítidas e forças vivas. Tudo flutua vagamente nos meus sentidos, e assim, sorrindo e sonhando,
prossigo na minha viagem através do mundo."

Primeiro de Julho - "Quando vemos algumas pessoas felizes, sem que para isso tenhamos contribuído, essa felicidade nos é insuportável."
30 de Julho - "Ele (Albert) é bastante sensível e conhece o valor de Lotte. Parece que nunca está de mau humor, que como você sabe é de todos os defeitos do gênero humano, o que mais abomino."

15 de Agosto  - "Nada neste mundo nos torna mais necessários aos outros como o amor que lhes temos."
18 de Agosto - "Por que é que aquilo que faz a felicidade do homem acaba sendo, igualmente, a fonte de suas desgraças? 0 intenso sentimento do meu coração pela natureza em seu esplendor, sentimento que tanto me deliciava, transformando em paraíso o mundo que me cerca, tornou-se para mim um tormento
intolerável, um fantasma que me tortura e persegue. por toda parte."

21 de Agosto - "Estendo em vão os braços para prende-la, ao raiar do dia, quando começo a despertar dos sonhos importunos; à noite, estirado sobre a minha cama, procuro-a, embalde, se a inocente ilusão de um
sonho feliz faz-me acreditar que estou sentado junto dela, na campina, cobrindo de beijos a sua
mão! Ai de mim! Quando, ainda mal desperto, a procuro a meu lado, tateando, e, ao faze-lo,
arregalo completamente os olhos à realidade, uma torrente de lágrimas não pode mais ser contida
pelo meu coração esmagado. Choro, contemplando cheio de amargura o sombrio futuro que me
aguarda."

30 de Agosto - Infeliz! Não passas de um insensato! Por que. procuras enganar-te a ti mesmo? De que te servirá
essa paixão furiosa e sem limites?... Não posso dirigir minhas preces senão a ela; nenhuma outra
figura, a não ser a dela, se apresenta à minha imaginação, e o mundo que me cerca, só o percebo
quando tem com ela alguma relação. Só assim consigo fruir algumas horas de felicidade. . . até o
momento em que é preciso que me retire de junto! ó Wahlheim, se você soubesse até onde me leva
o coração!