quinta-feira, 25 de novembro de 2010

Diga não ao Bullying!


    Eu sei que esse assunto pode ter até virado clichê para muitas pessoas, mas acho que sempre podemos acrescentar mais um pouco de conhecimento e fazer com que esse assunto tão sério tenha maior repercussão.
    Todos nós sabemos com é ser xingado e humilhado e como isso dói. Então, por que continuar com as agressões? Por que fingir que você não está vendo nada? Por que continuar vendo vidas serem destruidas por causa de estupidez de alguns? Por que você não fica do lado de quem realmente precisa?
    Espero que depois de ler este artigo você possa mudar sua atitude em relação ao bullying, espero do fundo do meu coração que você possa ajudar as vitimas desta violência cruel.


    Bullying é uma situação que se caracteriza por atos agressivos verbais ou físicos de maneira repetitiva por parte de um ou mais alunos contra um ou mais colegas. O termo inglês refere-se ao verbo "ameaçar, intimidar". A versão digital desse tipo de comportamento é chamada de cyberbullying, quando as ameaças são propagadas pelo meio virtual.
Estão inclusos no bullying os apelidos pejorativos criados para humilhar os colegas.
    Os adolescentes vítimas de de bullying social na escola podem continuar a sentir os efeitos de depressão e ansiedade como jovens adultos, de acordo com um estudo da University of Florida publicado na publicação Psychology in the Schools. "Mesmo que as pessoas já estejam fora do secundário, as memórias destas experiências continuam a ser associadas com depressão e ansiedade social".

Protagonistas do fenômeno
Afirma Cleo Fante, autora do livro "Fenômeno Bullying", que os estudiosos dos comportamentos Bullying, identificam e classificam, entre os envolvidos no fenômeno, os tipos de papéis que cada um desempenha. São eles:
  • Vítima típica: é aquele aluno, pouco sociável, que sofre as conseqüências dos atos agressivos de outro colega e que não possui recursos ou habilidades para reagir às agressões.
  • Vítima provocadora: é aquela que provoca e atrai reações agressivas, entretanto, não consegue lidar contra elas com eficiência. Essa vítima tenta revidar quando atacada, mas de maneira ineficaz; "é, de modo geral, tola, imatura, de costumes irritantes, e quase sempre é responsável por causar tensões no ambiente em que se encontra".
  • Vítima agressora: é aquele educando que reproduz as agressões que sofreu, buscando indivíduos mais frágeis que ele para agredir, aumentando assim o número de vítimas do Bullying.
  • Agressor: é aquele que agride os mais indefesos, manifestando pouca empatia. "Ele sente uma necessidade imperiosa de dominar e subjugar os outros, de se impor mediante o poder e a ameaça e de conseguir aquilo a que se propõe".
  • Expectador: é aquele aluno que presencia o Bullying, porém não é vítima e nem agressor. "Representa a grande maioria dos alunos que convive com o problema e adota a lei do silêncio por temer se transformar em novo alvo para o agressor".
Conseqüências e efeitos
A autora Cleo Fante, em seu livro "Fenômeno Bullying" deixa claro que as conseqüências desse fenômeno
[...] afetam todos os envolvidos e em todos os níveis, porém especialmente a vítima, que pode continuar a sofrer seus efeitos negativos muito além do período escolar. Pode trazer prejuízos em suas relações de trabalho, em sua futura constituição familiar e criação de filhos, além de acarretar prejuízo para a sua saúde física e mental (2005, p. 79).
A vítima pode ou não superar os traumas causados pelo Bullying, e essa superação vai depender das suas características individuais, do seu relacionamento consigo mesmo e com a sociedade, principalmente com a sua família.
Caso essa superação não aconteça, o trauma que foi estabelecido prejudicará o seu comportamento e a sua inteligência,
[...] gerando sentimentos negativos e pensamentos de vingança, baixa auto-estima, dificuldades de aprendizagem, queda do rendimento escolar, podendo desenvolver transtornos mentais e psicopatologias graves, além de sintomatologia e doenças de fundo psicossomático, transformando-a em um adulto com dificuldades de relacionamentos e com outros graves problemas (Fante, 2005, p. 79).
Pereira (2002) divide os efeitos do Bullying para as vítimas, em efeitos imediatos e efeitos ao longo da vida. O efeito imediato mais evidente é a fraca auto-estima que terá o aluno vitimizado. Isso ocorre porque elas vivenciam pouca aceitação, sendo assim "menos escolhidas como melhores amigos e apresentam fracas competências sociais tais como cooperação, partilha e ser capaz de ajudar os outros" (p. 21).
Sobre os efeitos a longo prazo, Olweus (1993b) apud Pereira (2002, p. 22) diz que "a freqüência de ser vítima decresce com a idade". As vítimas deixam de o ser, mudados os contextos, parecendo normalizar quando jovens adultos. Há, contudo, uma relação entre o ter sido vítima na escola e certa depressão na vida adulta.
O mesmo autor ao fazer referência a Smith & Madsen (1996), descreve que a conseqüência mais severa do Bullying é o suicídio, sendo esse o resultado da "vitimização constante a que se é sujeito (...) até ao limite da sua capacidade de suportar as agressões" (p.23).
Assim,
[...] estas situações estão associadas a uma série de comportamentos ou atitudes que se vão agravando e mantendo por toda a vida e que arrastam consigo conseqüências negativas, na maior parte dos casos de alguma gravidade, que estarão sempre presentes, influenciando todas as decisões, imagens, atitudes, comportamentos que a pessoa constrói em relação a si, aos outros, ao mundo e até a própria vida (Pereira, 2002, p.23).
Os agressores, segundo Fante, normalmente se distanciam e não se adaptam aos objetivos da escola, supervalorizando a violência como forma de obter poder, e desenvolvendo habilidades para condutas delituosas, as quais, futuramente os levarão ao mundo do crime.
Assim, ele poderá adotar comportamentos delinqüentes como: agressão, drogas, furtos, porte ilegal de armas, entre outros. O agressor acredita que fazendo uso da violência conseguirá tudo o que deseja, pois foi assim no período escolar.
Àqueles alunos que não são nem vítimas, nem agressores, apesar de não se envolverem diretamente ao Bullying, acabam sofrendo também as suas conseqüências. Isso acontece, porque o direito que eles tinham a uma escola segura e saudável foi se dissipando, a medida que o Bullying corrompeu suas relações interpessoais, prejudicando o seu desenvolvimento sócio educacional.
Ainda nesse sentido, Pereira (2002, p.25) apresenta resumidamente, as conseqüências do Bullying para as vítimas e agressores:
Conseqüências para a(s) Vítima(s):
    • vidas infelizes, destruídas, sempre sob a sombra do medo;
    • perda de autoconfiança e confiança nos outros, falta de auto-estima e autoconceito negativo e depreciativo;
    • vadiagem;
    • falta de concentração;
    • morte (muitas vezes suicídio ou vítima de homicídio);
    • dificuldades de ajustamento na adolescência e vida adulta, nomeadamente problemas nas relações íntimas.
Conseqüências para o(s) Agressor(es):
    • vidas destruídas;
    • crença na força para a solução dos problemas;
    • dificuldade em respeitar a lei e os problemas que daí advém, compreendendo as dificuldades na inserção social;
    • problemas de relacionamento afectivo e social;
    • incapacidade ou dificuldade de autocontrolo e comportamentos anti-sociais.
Portanto, com todas as conseqüências apresentadas, pode-se dizer que o fenômeno Bullying passou a ser considerado um problema de saúde pública. Esse problema deve ser reconhecido não só pelos professores como também pelos profissionais de saúde.


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